Por que Weverton é candidato a craque da final da Libertadores e, por consequência, a herói do Palmeiras
Por Lucas Humberto
É possível vencer a Libertadores sem um grande destaque? Dependendo do quão coletiva for a atuação, sim. Mas qual seria a graça de um espetáculo sem um protagonista? A Glória Eterna gosta é justamente dos seus personagens. E nós também. Pelo lado palmeirense, o pomposo anel de diamantes, safira e topázio irá coroar o brilhantismo de Rony, Raphael Veiga ou Weverton.
Curiosamente, a escolha da Conmebol contemplou três setores diferentes do nem sempre equilibrado plantel de Abel Ferreira. Invariavelmente, o trio contribuiu para que o Verdão chegasse na decisão. Rony, sobretudo na etapa inicial, emplacou gols e assistências. Mais tarde, numa fase já não tão boa, apostava mais na correria do que na técnica, o que também serve quando é preciso vencer.
Veiga tem merecido status de maestro-definidor. Somente no torneio continental, foram quatro tentos em 11 jogos. Todos com sua devida parcela de importância. Mas ninguém teve a constância de Weverton. O arqueiro, que concorreu ao prêmio individual em 2019, vencido por Marinho naquele ano, foi ainda mais decisivo em 2021. Se é que isso é possível.
Em 11 compromissos da Libertadores, o camisa 21 sofreu apenas cinco gols. Além disso, foram sete partidas inteiras com a popular clean sheet, como dizem nossos amigos ingleses. Muito além das estatísticas, o goleiro foi milagroso na semifinal, principalmente no segundo jogo - até porque na ida os times nem apareceram em campo.
Naquele dia 28 de setembro, o Galo tentou. E tentou muito. Embalado pela torcida que lotou o Mineirão, foram 18 finalizações, sendo seis no alvo. Com exceção do tento de Eduardo Vargas, Weverton operou uma sucessão de milagres. Nem mesmo a grande noite de Felipe Melo ou o premiado gol de Dudu resolveriam a vida do Alviverde se o goleiro não estivesse tão bem.
Num time nem sempre tão brilhante no ataque, o maior prêmio do Palmeiras é a regularidade do seu arqueiro. E esse status ganha importância ainda maior quando se enfrenta o Flamengo, conhecido no território sul-americano pela capacidade goleadora. Weverton terá papel decisivo na final. Resta saber se será bom ou ruim. E, claro, de qual perspectiva estamos falando.