Preocupante! Grêmio não admite erros porque tem a convicção de que não errou

O Grêmio estancou a sequência de derrotas no Campeonato Brasileiro? Sim, estancou. Mas o empate diante do Atlético-GO não aponta muita esperança para o futuro. No momento, nada indica que o time possa, de forma tranquila e serena - como indica o técnico Renato Portaluppi -, deixar a zona de rebaixamento e lutar por outros objetivos dentro da Série A.

De forma simples e direta, o Grêmio está perdido e não entendeu as razões que o levaram a uma condição de, no momento, lutar contra mais um descenso em sua história. Sim, os jogadores ficaram longe de suas famílias por mais de 40 dias. Sim, a equipe ficou sem casa. Sim, há desfalques importantes. Sim, o treinador tomou algunas decisões equivocadas. Mas, até o momento, ninguém teve a coragem de dizer que o clube errou no seu planejamento. Aliás, vem errando não é de hoje.

Ao montar um plantel totalmente desequilibrado e com lacunas importantes, a direção acreditou que estava dando ao comandante algo suficiente para mantê-lo no topo das grandes disputas. Quem não se lembra de uma das mais patéticas declarações do ano - aliás, logo na virada para 2024 - do vice de futebol Antônio Brum dizendo que o Grêmio 'praticamente havia perdido apenas o Suárez'. Ficou claro que aquele que deveria ser o cabeça pensando do principal departamento da instituição não tinha entendido o que havia acontecido em 2023.

Pois a partir de um diagnóstico alheio à realidade, seguiu-se uma série de 'pataquadas'. Renovar com Bruno Uvini para depois repassá-lo ao Vitória, comprar Everton Galdino por uma verdadeira fortuna, acreditar que JP Galvão renderia depois de uma pré-temporada, deixar para contratar um centroavante no apagar das luzes da janela, esperar o meio do ano para reforçar a zaga, realizar uma troca de goleiros sem pé nem cabeça.

Agora, o Tricolor está aí, penando. Com Brum calado e o presidente Alberto Guerra sem um norte qualquer, cabe a Renato ficar levando a público desculpas que não convencem para tentar explicar o momento sem ter que reconhecer publicamente os erros cometidos. Isso que nem falei das 'soluções' mais recentes de, por exemplo, manter o elenco concentrado entre hotéis e aviões, sem um retorno ao seu reduto, de vender mando de campo, tirando a equipe de perto da torcida, e da constatação de que a prioridade dada para a Libertadores levaria a uma natural queda de rendimento no Brasileirão.

Por que, para o Grêmio, é tão difícil admitir um erro? Na minha opinião, a resposta é simples: porque ninguém, dentro do contexto azul, acha que errou. E ter essa certeza é o primeiro passo para o completo fracasso. Abre o olho, Tricolor!

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