Previsível, Fluminense novamente recorre a Marcão para consertar erros de seus gestores
Por Nathália Almeida
Parece filme repetido, e para a frustração do torcedor do Fluminense, a categoria do longa metragem é terror psicológico. Sofrendo ano após ano com os erros cometidos em profusão por diretorias pouco profissionais e que parecem entender pouco de gestão de futebol, o clube carioca volta a viver algo que virou rotina no Tricolor: troca de treinador com a temporada em andamento. E pelo terceiro ano seguido, o nome escolhido para "apagar o incêndio" nas Laranjeiras atende por Marco Aurélio de Oliveira, o popular Marcão.
Na tarde deste sábado (21), o Fluminense utilizou suas plataformas e redes sociais oficiais para confirmar a efetivação de Marcão como substituto de Roger Machado, demitido nesta manhã após eliminação da equipe na Conmebol Libertadores. Será o terceiro ano consecutivo que o assistente permanente assumirá o comando da equipe principal durante o segundo semestre da temporada, algo que aconteceu em 2019 e tambêm em 2020.
"A diretoria efetivou o nome de Marcão com base nos objetivos alcançados pelo treinador em suas recentes passagens no comando do time. Em 2019, ele ajudou a equipe a escapar do rebaixamento e ainda a chegar à Copa Sul-Americana. Em 2020, assumiu após a saída de Odair Hellmann. Não só manteve o bom nível do trabalho anterior como ainda conseguiu melhorar a performance do time, com aproveitamento de 59,5%", publicou o clube.
Profissional dedicado, que viveu e estudou o jogo e que conhece bem o Fluminense e seu plantel, Marcão tem tudo para novamente fazer um bom trabalho - dentro das limitações que existem nas Laranjeiras hoje -, como fez nos últimos dois anos, atingindo os objetivos mínimos que o clube tem se permitido vislumbrar desde que se tornou coadjuvante em cenário nacional. Seu nome sempre será abraçado pelo torcedor, pela simbiose e identificação que há entre as partes.
Contudo, trata-se de um movimento que deixou de ser pontual e passou a ser o padrão em vigor nas Laranjeiras: recorrer à solução caseira para consertar os erros/vícios de seus antecessores e para salvar o pescoço dos gestores tricolores, que seguem fazendo futebol como se ainda estivessem estacionados no século passado. Trata-se de um padrão nocivo e perigoso para o profissional, para o clube e para todos os envolvidos, já que o desfecho favorável dos anos anteriores não é nenhuma garantia de que o mesmo acontecerá em 2021.