Quais são as possíveis punições para clubes e jogadores envolvidos na Operação Penalidade Máxima?
Por Antonio Mota
A Operação Penalidade Máxima entrou em sua segunda fase, um desdobramento do caso conduzido pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO). O objetivo é levantar informações sobre a atuação de uma organização criminosa especializada na manipulação em jogos de futebol no país, inclusive de partidas da Série A do Campeonato Brasileiro.
Na primeira fase, encerrada nesta semana, o MP apurou e mostrou como o esquema funcionava: os apostadores entravam em contato com os jogadores e apresentavam propostas para que esses cometessem pênaltis nos primeiros tempos de cada partida. Os atletas, caso aceitassem, recebiam uma quantia de “entrada” e, depois, o restante do valor combinado – caso o penal fosse feito.
Já nesta segunda etapa, a Operação Penalidade Máxima identificou que a organização criminosa também solicitava aos jogadores que recebessem cartões – e há inclusive suspeita de manipulação de resultado, ou seja, uma ação que interfere diretamente no placar da partida em questão. As investigações, que começaram no segundo semestre de 2022, estão em andamento.
Mas, afinal, quais são as possíveis punições para clubes e jogadores envolvidos na Operação Penalidade Máxima?
"A Associação Chapecoense de Futebol vem a público a fim de reiterar o seu posicionamento totalmente contrário a qualquer tipo de situação que envolva a manipulação de resultados de jogos. O clube entende que tais condições são totalmente antidesportivas, ferindo os valores éticos e morais da modalidade. A respeito da “Operação Penalidade Máxima” e do cumprimento do mandado relacionado à ela em Chapecó – envolvendo um jogador do clube – a agremiação alviverde reforça o seu apoio e, principalmente, a confiança na integridade profissional do atleta. Por fim, tendo em vista as investigações, o clube destaca o seu compromisso em colaborar totalmente com as autoridades e oferecer todo o suporte e informações necessárias na apuração e esclarecimento do caso."
- Nota oficial da Chapecoense
As investigações da Operação Penalidade Máxima ainda estão em andamento. Porém, os alvos dessa 2ª Fase podem responder por ao menos dois crimes (caso venham a ser condenados): organização criminosa e corrupção em âmbito desportivo.
Pelo crime de organização criminosa, os eventuais condenados poderão pegar de 3 a 8 anos de prisão, além de multa. Já por corrupção em âmbito desportivo, como está previsto no Estatuto do Torcedor, a pena vai de 2 a 6 anos de prisão e multa.
De acordo com o ge, a hipótese dos jogos serem cancelados ou de qualquer mudança em campeonatos já encerrados está praticamente descartada. Ainda assim, questões esportivas podem ser analisadas no STJD e então cada caso é avaliado de forma individual.