Qualidade ou pensamento? Grêmio nunca esteve com tanta vontade de ganhar mais de um título como agora

O Grêmio, desde o retorno de Renato Portaluppi (em setembro de 2016), "mudou de turma". A sequência de títulos e a estada sempre nas primeiras colocações das demais competições mostram o quão competitivo o time se tornou. Em 2020, parecia que essa estrutura iria ruir, mas veio a volta por cima e, no momento, o Tricolor se coloca, mais uma vez, como postulante à conquista da Libertadores e da Copa do Brasil e, no mínimo, como candidato ao Campeonato Brasileiro.

Diante deste cenário, eu não diria que pela primeira vez, neste período, o clube tem reais condições de ganhar mais de uma competição. No entanto, é visível que, nos últimos meses, todos, dentro da Arena, se deram conta do quanto é importante, ao menos, lutar por isso. Antes, parecia que havia um foco específico e os olhos brilhavam somente para ele. Agora, isso mudou de uma forma bastante consistente. O fato de Renato dosar na hora de poupar atletas deixa claro que todos os caminhos rumo a um troféu são importantes. E, se vier mais de um, melhor ainda.

Em 2017, por exemplo, o Grêmio foi campeão da Libertadores, caindo na semifinal da Copa do Brasil. No ano seguinte, foi até a semi do torneio continental e as quartas da disputa nacional. Por fim, em 2019, chegou até a penúltima etapa nas duas frentes de mata-mata. Neste período, mesmo que sempre o clube tenha ficado entre os quatro primeiros do Brasileirão, jamais demostrou "fome" por este título. Esta performance deixa claro que havia condições de brigar por mais de uma conquista, mas ficava nítido, no discurso, o quanto todos se contentavam em fazer bonito em somente uma das frentes.

Em 2020, depois de tropeços iniciais e dúvidas (justas, diga-se a verdade) sobre os rumos do trabalho, palavras, olhares e futebol de alto nível são as provas de que o patamar de desejos pulou de prateleira. E esta é a virada de chave que todos cobravam.

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