Rafael dá detalhes sobre ofensa racista de quarto árbitro em PSG x Basaksehir; UEFA adia jogo
Por Nathália Almeida
De um ato deprimente e repulsivo, se deu um feito histórico: jogadores de Paris Saint-Germain e Istanbul Basaksehir uniram suas revoltas diante do ato racista cometido pelo quarto árbitro da partida, Sebastian Coltescu - que se dirigiu a um membro da comissão técnica do clube turco com termos pejorativos de cunho racista -, abandonando a partida em curso no Parc des Princes ainda nos primeiros minutos da etapa inicial.
Apesar da pressão da UEFA pelo retorno da partida válida pela sexta rodada da fase de grupos da Champions League, diversos jogadores se posicionaram de forma contrária à retomada da bola rolando após o episódio grotesco, e se mantiveram nos vestiários. Antes da saída das duas equipes do gramado, microfones ambientes conseguiram captar atletas das duas equipes - inclusive Neymar e Mbappé -, afirmando que não jogariam se o quarto árbitro romeno seguisse atuando na partida.
O posicionamento firme e incisivo de franceses e turcos gerou repercussão mundial imediata e foi celebrado como um marco na luta contra o racismo no futebol. Após mais de 1h30 com a partida em suspenso, a UEFA enfim 'se deu por vencida' e confirmou o adiamento da partida para a próxima quarta-feira (9), às 14h55 de Brasília, com uma nova equipe de arbitragem no comando do duelo.
Rafael detalha episódio e debate nos vestiários
Procurado pela reportagem do 'Esporte Interativo', o brasileiro Rafael, lateral-direito do Basaksehir, detalhou o ocorrido dentro de campo e a deliberação dos atletas nos vestiários sobre retomar ou não a partida em Paris.
"O quarto árbitro chegou para um cara que trabalha no clube, um assistente do clube [Pierre Webó]. Falou que estava gritando muito. Um assistente que estava lá em cima, também não sei o porquê de ter expulsado o cara. Quer dizer, sei por que, porque com certeza ele é racista. Mas aí esse cara estava gritando, ele foi e falou "Negro, sai daí. Vai embora". E expulsou ele, sendo que ele não faz nem parte do banco, estava lá em cima. Dois ou três não queriam sair dos vestiários [para retomada do jogo]. Então, se dois ou três não saem, a gente não vai sair. Vai ficar aqui dentro", contou.