Raí diz que atitudes de Bolsonaro se aproximam da irresponsabilidade e sugere renúncia
Por Fabio Utz
Direto ao ponto, sem papas na língua. Raí, diretor de futebol do São Paulo, criticou de forma bastante veemente a postura adotada por Jair Bolsonaro em meio à pandemia do coronavírus.
Na visão do dirigente tricolor, que deu esta declaração ao Globoesporte.com, o presidente do Brasil se aproxima de ser taxado de irresponsável.
“Um posicionamento atabalhoado, é o mínimo que se pode dizer. Naquele momento, por exemplo, que ele deu aquele depoimento em rede nacional... Ele está no limite, muitas vezes, da irresponsabilidade, quando ele vai contra todas as recomendações da Organização Mundial da Saúde”, disse. Segundo Raí, os problemas se acumulam, e eventuais tentativas de desvio de foco apenas atrapalham o andamento do governo. “Outro absurdo do Bolsonaro é inventar crises políticas ou de interesses próprios, familiares, no meio de uma pandemia. É inaceitável. Tenho certeza que muita gente concorda, inclusive alguns apoiadores do Bolsonaro. Ele foi eleito democraticamente, mas a própria democracia está conseguindo frear.”
Para o são-paulino, existe uma solução para o caso: a renúncia. “Se perder a governabilidade, eu torço e espero uma renúncia para evitar o processo de impeachment, que sempre é traumático. Porque o foco tem que ser a pandemia. (O impeachment) não é uma coisa que tem de se pensar agora, energia nenhuma pode ser gasta nisso, mas se estiver prejudicando ainda mais essa crise gigantesca de saúde, sanitária, tem que ser considerado”, completou. O futebol brasileiro está parado desde a metade de março, contra a vontade de Bolsonaro. O presidente, em diversas vezes, taxou a doença de uma “gripezinha” e, recentemente, desdenhou do fato de o país ter ultrapassado a China em número de mortes. Neste momento, o que se fala nos bastidores é que o político, inclusive, estaria tentando forçar o retorno das competições como uma forma de mostrar que é possível enfrentar a crise dentro de um cenário de “normalidade”, mesmo que o isolamento social seja a base para diminuir os casos de pessoas infectadas. Na opinião de Raí, este é um processo que não pode ser acelerado, ou seja, deve acontecer com segurança e deforma gradativa.
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