Rei Pelé? Deixem o Maracanã e a história de Mário Filho em paz
Por Antonio Mota
Em meio aos avanços assustadores da Covid-19 – 1.954 pessoas morreram por causa do vírus nas últimas 24h, o novo recorde de mortes diárias no país – em praticamente todo o Brasil e várias demandas muito mais importantes para serem resolvidas, Deputados da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) decidiram “parar tudo” para tratar (e aprovar), em regime de urgência, da mudança do nome oficial do Maracanã de “Jornalista Mário Filho” para “Edson Arantes do Nascimento - Rei Pelé”. Piada, não?
Com a aprovação da Alerj, o projeto precisa da sanção do governador em exercício, Cláudio Castro (PSC), para se tornar lei. Em justificativa, o deputado André Ceciliano (PT), autor do projeto, afirmou (via CNN Brasil): "Mais do que justa uma homenagem a uma pessoa reconhecida mundialmente pelo seu legado no futebol brasileiro e pela prestação de relevantes serviços no país". Fato. Pelé é universalmente conhecido, fez muito pelo Brasil e merece inúmeras homenagens em vida, mas ‘longe’ do Maracanã.
Edson Arantes do Nascimento, o icônico Pelé, é o maior de todos os tempos no futebol e realmente merece infinitas homenagens, mas não a de dar nome ao Maracanã. Irmão de Nelson Rodrigues e lenda do jornalismo esportivo brasileiro, o imortal Mário Filho também merece homenagens e sobretudo muito respeito. O completo esportivo, o qual engloba o ginásio Maracanãzinho e o estádio de atletismo Célio de Barros, que vai continuar com o nome do ex-jornalista, é “pequeno” para Mário Filho – basta conhecer um pouco da história.
O Maracanã, o Estádio Jornalista Mário Filho, é um templo sagrado do futebol mundial. Deixem-no em paz.
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