Relembre a última passagem de um treinador estrangeiro no comando do Corinthians
Por Lucas Humberto
Outra vítima das derrotas em clássicos, Sylvinho teve saída anunciada após revés corintiano ante o Santos, por 2 a 1, de virada. Na ocasião, os xingamentos efusivos na Neo Química Arena denotavam que não havia mais clima para sequência do treinador. Entre pré-temporada perdida e mercado reduzido, agora o Timão se vê na busca por um novo técnico.
Jorge Jesus desponta entre os favoritos numa negociação que ainda está nos embrionários estágios da consulta. Tendo desfecho favorável ou não, o Timão, só pelo início da sondagem, agiu na contramão dos últimos anos ao buscar informações de treinadores estrangeiros. Embora a tendência tenha chegado no futebol brasileiro há alguns anos, o clube não se mostrava adepto.
Para se ter ideia do que estamos querendo dizer, o último gringo que ocupou a área técnica alvinegra foi Daniel Passarella, lá nos idos de 2005, ou seja, 17 anos atrás. Histórico dentro das quatro linhas, o ex-zagueiro argentino empilhou troféus junto ao River Plate e ainda colocou dois troféus da Copa do Mundo no currículo (1978 e 1986).
Escolhido para comandar o Timão em março de 2005, Passarella chegou para substituir Tite, que caiu justamente após revés ante o São Paulo, por 1 a 0. Em sua estreia, derrota alvinegra: 3 a 0 para o Cianorte. Contudo, a boa fase vinha logo em sequência: 11 jogos de invencibilidade, classificação às oitavas da Copa do Brasil e vice-campeonato do Paulistão - à época, disputado em pontos corridos.
Na mesma velocidade em que veio, a era de ouro acabou. De imediato, os dias no Brasileirão não começaram bem: empate com o Juventude (2 a 2) e derrota para Botafogo (2 a 0) denotavam certa crise. Dias depois, o afastamento do goleiro Fábio Costa por indisciplina apenas piorou tudo. A tempestade estava armada, mas só cairia na Copa do Brasil.
Nas quartas de final do torneio eliminatório, o Timão caiu nos pênaltis contra o Figueirense. Porém Passarella seguiu no cargo. Com multa rescisória de 3,5 milhões de dólares, qualquer demissão precisa ser bem pensada, certo? Bem, até que venha outro clássico. No compromisso seguinte, o Corinthians viu o São Paulo aplicar incríveis 5 a 1.
Nem toda paciência no mundo manteria Passarella. Daniel deixou o comando do Timão com apenas 15 jogos no currículo. Posteriormente, Márcio Bittencourt e Antônio Lopes conduziriam o alvinegro do Parque São Jorge ao título do Brasileirão 2005. Desde então, o clube da capital paulista nunca mais investiu em outro técnico estrangeiro. Até agora...