Retrospectiva do Grêmio: os destaques, as decepções, a surpresa e o saldo de 2022
Por Fabio Utz
O rebaixamento do Grêmio, na última rodada do Campeonato Brasileiro de 2021, doeu. Muito embora o Conselho de Administração da época fizesse questão de dizer que não existia terra arrasada, 2022 começou com o clube totalmente fora dos trilhos. Por isso, em determinado momento da temporada chegou-se a temer que o Tricolor pagasse um preço alto pela desorganização e pela falta de noção do que realmente estava acontecendo nas entranhas da Arena.
A direção de Romildo Bolzan Júnior manteve toda uma estrutura perdedora. O pontapé inicial se deu com o mesmo vice-presidente de futebol (Dênis Abrahão), o mesmo executivo (Diego Cerri), o mesno CEO (Carlos Amodeo), o mesmo técnico (Vagner Mancini) e a mesma base de elenco que havia fracassado. Sem dinheiro, poucos reforços chegaram, casos dos laterais Orejuela (que logo em seguida foi embora) e Nicolas (que até cumpriu bem o seu papel, sendo o principal assistente da equipe), do zagueiro Bruno Alves (também não comprometeu), do meia Benítez (que mal jogou e foi repassado ao América-MG) e do atacante Janderson (outro que não convenceu).
Estava claro, para todos, que o cenário era caótico, tanto que em meio ao Campeonato Gaúcho se deu um basta a Mancini e se trouxe Roger Machado para comandar o Grêmio. Ali, a equipe deu uma decolada, teve seu auge ao vencer o Inter por 3 a 0 em pleno Beira-Rio e conquistou o Estadual pela quinta vez consecutiva. Nomes como Bitello, principal revelação da temporada, e Villasanti começavam a se destacar, e Diego Souza mantinha seu faro de artilheiro, para a surpresa de muitos.
Só que o clima de êxtase não durou muito. O Tricolor foi eliminado na primeira rodada da Copa do Brasil com derrota por 3 a 2 para o Mirassol e, na Série B, demorou a mostrar a sua força. O time acumulou resultados bem abaixo da expectativa, principalmente fora de casa, e o G-4 virou uma realidade tardia. Novos nomes, como Biel, Elkeson, Edilson, Guilherme e Rodrigo Ferreira, foram trazidos, mas o segundo turno já dava as suas caras quando foi preciso, mais uma vez, mexer no treinador e fazer uma 'limpa' no departamento de futebol. O retorno de Renato Portaluppi demitido um ano e meio antes por essa mesma direção, foi o último ato do presidente Romildo na tentativa de não deixar escapar uma vaga entre os quatro primeiros que, em tese, deveria vir ao natural.
O bom futebol, claro, não apareceu. Mas os gols marcados e as vitórias (que continuaram raras longe de Porto Alegre) foram suficientes para garantir o vice-campeonato e o retorno à elite nacional - a vaga veio nos Aflitos, contra o Náutico, só para fazer a torcida relembrar um passado ainda mais sombrio. Como disse o próprio Renato, a equipe não fez nada mais que a sua obrigação, e não havia motivos para grandes comemorações. Agora, é pensar 2023, com uma nova perspectiva que se abre em função do investimento - mais do que necessário - já realizado. A estreia oficial na temporada está marcada para 17 de janeiro, quando o Grêmio recebe o São Luiz para a disputa da Recopa Gaúcha. De 2022, pouco (ou quase nada) fica de bom.
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