Ronald Koeman: os sucessos e fracassos do possível novo treinador do Barcelona
Por Antonio Mota
O holandês Ronald Koeman tem vinte anos de carreira como treinador e experiências em várias frentes do futebol, como Espanha, Holanda e Inglaterra. Ao longo dessas duas décadas, ele passou por complicações – palavra habitual em sua trajetória esportiva –, algumas derrotas e algumas significantes vitórias, principalmente nos últimos, em que começou a ter uma maior visibilidade e reconhecimento por seus trabalhos à beira dos gramados.
Koeman decidiu lançar sua carreira solo, após período como auxiliar de Hiddink na Seleção Holandesa e de Louis van Gaal no próprio Barcelona, em novembro de 1999. À época, ele assinou com o modesto Vitesse, da Holanda, no qual ficou até dezembro de 2001, quando assinou com o Ajax. Em Amsterdã, o treinador teve o seu maior período de glórias, com duas Eredivisie (Campeonato Holandês), uma Copa e uma Supercopa da Holanda, em três anos e meio.
Com o sucesso na Holanda, ele foi parar no Benfica, de Portugal, na temporada 2005/06. Lá, ele começou bem, ganhando a Supercopa de Portugal, mas não conseguiu manter o ‘alto nível’. Sem novas conquistas e poucos avanços no continente, Koeman ficou apenas um ano à frente dos Encarnados.
Cabe notar que o seu time foi eliminado pelo Barcelona, que acabou sendo campeão, nas oitavas de final da Champions League daquele ano.
Embora tenha ido mal no futebol português, Koeman não teve problemas em encontrar um novo clube para treinar. Com moral na Holanda, o treinador decidiu voltar para casa e para um dos gigantes de seu país: o PSV, na qual ficou por pouco mais de uma temporada (maio de 2006 a outubro de 2007) e conquistou sua terceira e última Eredivisie.
Sem Quique Sánchez Flores, o Valencia decidiu apostar em Koeman, que, por sua vez, aceitou ter sua primeira experiência na La Liga. Em solo espanhol, o holandês teve vários problemas, incluindo o de “bancar” a saída de alguns jogadores, como Angulo, Cañizares e Albelda, e de conviver com a proximidade com a zona de rebaixamento. Porém, nem tudo foi ruim: ele lançou Juan Mata para brilhar e ainda ganhou a Copa del Rey de 2007/08. De todo modo, ele foi demitido antes mesmo do término da temporada.
A demissão no Valencia para ter impactado Koeman, que ficou fora do futebol por mais de um ano. Já na temporada 2009/10, o AZ Alkmaar, da Holanda, decidiu abrir suas portas para o treinador. Lá, ele tinha a missão de seguir ganhando, como fez Van Gaal no ano anterior, no entanto, não conseguiu e foi demitido com apenas 23 jogos.
Após dois baques seguidos, Koeman decidiu reagir. Em 2011, ele assumiu o Feyenoord e fez três temporadas chamativas, tirando o time do meio da tabela do Campeonato Holandês e ‘conquistando’ dois vice-campeonato e um terceiro lugar. Embora não tenha conquistado nenhuma taça, ele conseguiu o impulso que precisava para ir mais longe.
Com o novo sucesso na Holanda, Koeman foi para o Southampton e novamente conseguiu se destacar, classificando o modesto time dois anos seguidos para a Europa League. Os feitos o levaram ainda mais longe.
Com moral, Koeman foi para o Everton, que, até então, foi o seu último time. Ele chegou ao clube em junho de 2016 e decepcionou, principalmente na temporada seguinte (2017/18), em que a equipe investiu mais de 160 milhões de euros e não engatou na Premier League. Resultado: mais uma demissão precoce.
O casamento de dois derrotados. Sem sucesso no Everton, Koeman assinou, em fevereiro de 2018, com a Holanda, que não havia se classificado para a Copa do Mundo da Rússia e precisava de uma reformulação. O resultado foi muito positivo: ele conseguiu brilhar com uma nova geração de jogadores e elevar consideravelmente o nível da seleção, que, sob seu comando, chegou à final da Liga das Nações Unidas da UEFA de 2019.
Por ora, o currículo de Ronald Koeman é este. Agora, basta esperar para saber se o seu novo clube vai ser o Barcelona...