Saldo da Copa América Feminina: os pontos altos e os pontos baixos do torneio na Colômbia

Brasil sai fortalecido para disputa do Mundial em 2023, mas ainda há muito trabalho pela frente
Brasil sai fortalecido para disputa do Mundial em 2023, mas ainda há muito trabalho pela frente / RAUL ARBOLEDA/GettyImages
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A Copa América Feminina chegou ao fim com a seleção brasileira no topo. Grande favorita antes mesmo do apito inicial soar, a Canarinho só encontrou dificuldades mesmo na grande decisão, na qual venceu a Colômbia por 1 a 0. Muito mais pelo nervosismo diante de um estádio cheio em Bucaramanga do que pelas questões técnicas, diga-se de passagem.

Com a soberania atestada no continente, Pia Sundhage agora se prepara para os dois principais eventos do calendário: Copa do Mundo de 2023 e Jogos Olímpicos de 2024. E, para ambos torneios, há lições valiosas a serem levadas da Copa América. Abaixo, nós listamos os pontos altos e os pontos baixos do campeonato na Colômbia.


O que teve de melhor na Copa América Feminina

Linda Caicedo e Tamires na decisão da Copa América Feminina
Linda Caicedo e Tamires representaram o contraste de juventude e experiência na decisão / Gabriel Aponte/GettyImages

Foram 20 gols anotados na campanha da Canarinho. A estatística ofensiva é digna de uma competição que alternou goleadas com placares equilibrados. Chama atenção, por outro lado, o número de tentos sofridos: zero. A impecável defesa - de nível mundial - construída com Lorena, Rafaelle e Tainara é a grande notícia de Pia.

Mas a evolução não para por aí. Na lateral-direita, Antônia exerceu pleno domínio, inclusive das ações ofensivas, seguindo a recomendação da técnica. Do outro lado, a experiente Tamires segue imprescindível. Bia Zaneratto, apesar de ter sofrido com a catimba das oponentes no duelo derradeiro, esteve entre os grandes nomes da equipe ao longo do torneio.

Debinha é um caso à parte. A atacante deixa a impressão de estar vivendo seu auge técnico, tático, físico e mental. Contra as donas da casa, sobrou drible, liderança em campo, e a serenidade para não entrar em provocações. Aliás, por falar em alto nível, a Copa América nos provou que o futuro do futebol sul-americano pode ser brilhante.

Linda Caicedo, atacante colombiana de apenas 17 anos, está sendo ventilada no Barcelona. Yamila Rodríguez, a consagrada argentina, chegou aos 24 anos em janeiro. Jessica Martínez, um dos pilares do Paraguai, tem 23. A mudança de rota em termos de competitividade somada ao surgimento de joias nos dá esperança de dias melhores.


O que teve de pior na Copa América Feminina

Copa América Feminina teve baixo público
Baixo público nos estádios chamou atenção / Gabriel Aponte/GettyImages

Cerca de 28 mil pessoas acompanharam o espetáculo disputado no estádio Alfonso López. Se tratava de uma final, com a presença garantida do time da casa e a favorita seleção brasileira. Quem assistiu apenas ao último confronto pode se surpreender ao ver que a média de público não passou de 6.889 espectadores por partida.

Há um evidente contraste com a Eurocopa Feminina. Na decisão disputada neste domingo, 31, a Inglaterra bateu a Alemanha, por 2 a 1, diante de 87.192 torcedores em Wembley, um recorde de público entre homens e mulheres no tradicional campeonato. Ineficiente em planejamento e execução, a Conmebol optou por evidenciar uma distância que poderia ter sido diminuída.

Em níveis técnicos, há totais motivos para celebrar, mas a preocupação que nos segue há pelo menos duas décadas permanece: como bater de frente com as demais seleções? Diante das donas da casa, no momento de maior pressão da Copa América, a oscilação esteve presente. Zaneratto e Ary Borges, tão eficientes em outros confrontos, não conseguiram se impor.

Angelina, lesionada, deixa um vácuo de qualidade por tempo indeterminado. Em fevereiro, a Canarinho enfrenta a Inglaterra, campeã da Euro. Será um grande teste para quem visa chegar longe no Mundial de Oceania e Nova Zelândia. Até lá, a comandante sueca terá muito trabalho. A Conmebol, então, nem se fala...