Sem Borja e Suárez? Entenda a reviravolta que pode barrar reforços de peso no River Plate
Por Lucas Humberto
A crise econômica da Argentina ganhou um novo e preocupante capítulo para os clubes locais. No início desta semana, o Banco Central do país anunciou algumas medidas para frear a saída do dólar do país. Dentre as normas está a interrupção da venda da moeda estrangeira no câmbio oficial. A determinação afeta diretamente o River Plate, que tinha negócios em andamento por Borja.
Em linhas gerais, a medida adotada pelo Banco Geral resultou na disparada do câmbio paralelo, o chamado dólar blue. Empresas e outros órgãos, incluindo times de futebol, podem efetuar suas operações no chamado dólar MEP (ou dólar Bolsa), mas a cotação é o dobro da oficial, ou seja, o gasto se torna desproporcional.
De acordo com apuração do jornal Clarín, o River Plate possui em conta 195 milhões de pesos argentinos, que seriam destinados ao pagamento de US$ 1,5 milhão (R$ 8 milhões) para o Junior Barranquilla, referente à primeira parcela da compra do colombiano. As cifras, contudo, são baseadas na cotação oficial do dólar: 126 pesos argentinos.
Com a nova determinação, os Millonarios teriam de utilizar o dólar MEP que, no momento, está a 272 pesos, ou seja, o montante investido saltaria para 408 milhões de pesos. Outro potencial entrave está no próprio método da operação. A aquisição de dólar MEP consiste na compra de um título ou uma quantidade de pesos para posterior venda em dólares.
A venda, contudo, só pode ser realizada 24 horas depois da compra, o que também pode atrapalhar a tratativa por Borja. A série de impasses está gerando um temor de que as equipes argentinas percam ainda mais atratividade frente às brasileiras no âmbito da concorrência por atletas estrangeiros. Vidal, por exemplo, flertou com o Boca Juniors, mas acertou com o Flamengo.
A norma do Banco Central pode afetar ainda o pagamento de contratos de jogadores que recebem em dólar. Hoje, o River Plate vê o sonho de ter Luis Suárez mais distante. Na última segunda-feira, Silvina Batakis assumiu o cargo de ministra da Economia no lugar de Martín Guzmán, que renunciou no sábado.