Sobrecarga: Messi e CR7, donos da Champions no século, nunca estiveram tão 'isolados' em campo
Por Nathália Almeida
Na próxima sexta-feira (7), a bola volta a rolar pela competição mais importante e desejada do calendário europeu: a Champions League. Dominada por dois clubes neste século - Real Madrid e Barcelona -, a 'Orelhuda' se habituou a ser erguida e beijada por Cristiano Ronaldo e Lionel Messi nos últimos 15 anos, mas este enredo dificilmente se repetirá em 2019/20. Não por um suposto declínio dos dois gênios, mas pela falta de qualidade que os cerca neste momento.
Barcelona e Juventus são dois dos clubes mais ricos e poderosos do futebol mundial na atualidade, e sobre isso não há dúvidas. Mas o futebol protagonizado por ambos nesta temporada não condiz com o investimento aplicado em seus respectivos elencos. O clube catalão se despediu de sua temporada nacional sem taças e levantando mais questionamentos do que certezas, enquanto a Velha Senhora, diferentemente dos anos anteriores, passou longe de 'nadar de braçadas' na Série A: não teve o melhor ataque, emplacou seu pior desempenho defensivo desde o início da década passada e chegou a flertar seriamente com a perda da dinastia, mas acabou sendo beneficiada pela irregularidade de seus adversários diretos.
Coletivamente, Barcelona e Juventus inspiram pouquíssima confiança em seus respectivos torcedores. Trata-se de uma quebra grande de paradigma, já que o jogo coletivo e DNA bem definido sempre foram os pontos fortes de catalães e italianos. A dependência sobre Lionel Messi nunca foi tão evidente, e o mesmo podemos dizer de Cristiano Ronaldo nessa Juventus 2019/20: exceção ao argentino Paulo Dybala, há pouquíssimo apoio ao camisa 7 em Turim. O meio de campo é, de longe, o setor mais crítico para as duas equipes: poucos passes para finalizações, raras assistências e muita timidez, isso para não dizer pobreza criativa, em português claro.
Os recordes, currículos e status que ambos carregam são mais do que suficientes para que nós, meros mortais, não duvidemos deles: Messi e Cristiano podem fazer tudo, inclusive levar uma equipe inteira nas costas. Mas o fato de precisarem fazer isso em pleno 2019/20, temporada de investimentos altíssimos em Barcelona e Juventus - Griezmann e De Ligt, por exemplo -, diz muito mais sobre os clubes do que sobre as duas estrelas em si: há muito a se pensar para que a próxima temporada seja diferente.