Thiago Galhardo e a certeza do jogador como ser humano
Por Daniel Farias
Às vezes é preciso reafirmar o óbvio. Sim, jogadores de futebol são seres humanos. Thiago Galhardo, com seus números espetaculares no Brasileirão Série A 2020, é um ser humano. Marinho, outro grande destaque da principal competição do futebol brasileiro, também é humano. Até mesmo Cristiano Ronaldo, conhecido por muitos como Robozão, também é um ser humano.
Thiago Galhardo vestiu a camisa do Ceará em 2019. Teve um início animador, deixando a torcida alvinegra muito contente com seu ótimo desempenho. Na reta final do Brasileirão, com o Vozão lutando rodada a rodada para escapar do rebaixamento, o desempenho de Galhardo caiu drasticamente. Foi o suficiente para que muitas críticas fossem feitas ao jogador.
Em uma das partidas mais importantes para o objetivo do Ceará na competição, Thiago Galhardo voltou a marcar um gol. A partida era contra o Internacional, seu atual time. Na comemoração, Thiago desabou no choro. Sim, jogadores também choram. Choram porque são seres humanos como eu e você.
Nos últimos dias o meio-campista, que agora veste a camisa 17 do Internacional, foi perguntado sobre sua relação com o Ceará e sobre seu choro no gol contra o Internacional na Série A 2019. Galhardo então explicou que estava passando por graves problemas pessoais naquela época, por conta do grave quadro de saúde em que sua avó se encontrava.
Os torcedores que criticavam Thiago Galhardo por sua fase ruim não sabiam o que acontecia com ele por trás dos holofotes, das câmeras. A verdade é que, por debaixo dos uniformes, estão pessoas de carne e osso como eu e você, que também têm sentimentos, problemas e desafios fora do campo. Pessoas normais, pessoas ordinárias. O brilhantismo em campo, a simplicidade fora dele. Por vezes, raros momentos com a família em meio a correria da vida de um jogador são tão comemorados como um gol aos 45 minutos do segundo tempo.
Ontem, na vitória do Internacional sobre o Ceará por 2 a 0, Galhardo chorou mais uma vez, emocionado por pensamentos que o remetiam a sua avó, que faleceu ainda em 2019. Hoje o meia veste a camisa 17 em homenagem a ela, pois sua data de falecimento foi dia 17 de novembro. Choro de emoção, choro de saudade, choro de ser humano. Por trás dos holofotes do extraordinário mundo do futebol, existem sim vidas ordinárias.
Os números de Thiago Galhardo nos impressionam e nos fazem questionar comicamente: será ele um robô, uma máquina de fazer gols? O seu choro nos dá a certeza de que jogadores são sim seres humanos.