Tite não é fantoche e deve, sim, pensar em pedir demissão da seleção brasileira
Por Fabio Utz
Qual o técnico de futebol que nunca sonhou em ganhar uma Copa do Mundo? Tite certamente não fica fora desta lista. Teve uma primeira oportunidade em 2018, quando parou nas quartas de final, e ganhou respaldo para seguir à frente da seleção brasileira rumo a 2022. Porém, diante dos mais recentes fatos, ele deveria pensar, sim, em entregar o cargo.
Alguns, obviamente, o chamariam de fraco ou, até, oportunista. No entanto, ninguém é obrigado a passar por constrangimentos. E é o que vem acontecendo, no momento, com o comandante da equipe mais famosa do planeta. Mesmo que ele diga que "está em paz" consigo e que pressões são normais em momentos de turbulência, ter que lidar com cidadãos como Rogério Caboclo não é para qualquer um.
Enquanto o dirigente se esconde atrás de seu cargo e tenta, com base na política e nos interesses pessoais, ficar por cima e de bem com os poderosos, é um mero funcionário que precisa dar a cara a tapa. E isso não é nada bom. Tite, como todos, possui defeitos e virtudes. Muitos podem alegar que, em determinadas situações, seu discurso foi incoerente com seus atos. Mas isso não dá a ninguém o direito de usá-lo como fantoche.
Um funcionário deve obedecer o seu patrão? Dentro de um contexto normal de trabalho, sim. E todos nós sabemos que este contexto não existe no ambiente da CBF. O técnico da seleção brasileira precisa ter a confiança do seu patrão e, ao mesmo tempo, confiar nas ações de quem é hierarquicamente superior. Com Caboclo, isso é possível? Obviamente, não. Por isso, qualquer que seja a decisão, Tite precisa ser respeitado. E se ele resolver entregar o boné, não estará fazendo nada diferente do que muitos cidadãos de bem fariam em seu lugar.
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