Tradição, qualidade, finanças: predicados colocam Grêmio na obrigação de chegar, no mínimo, à semi da Libertadores
Por Fabio Utz
Guaraní-PAR nas oitavas de final; Santos ou LDU-EQU nas quartas de final, se passar do primeiro adversário. Este é o caminho do Grêmio nas duas próximas fases da Conmebol Libertadores. E, desde já, eu afirmo: o time gaúcho tem a obrigação de, no mínimo, chegar à semifinal.
Explico, não há problema algum. E, se alguém acha que estou cometendo algum exagero, acompanhe este raciocínio, começando com o duelo frente ao rival paraguaio. Não há comparação de história, estrutura, time, poder financeiro, cobrança, investimento e tudo o mais que se pode pensar. Um tricampeão da América, mesmo vindo de um mau momento, não pode pensar em tropeçar, ainda mais decidindo a classificação em casa, contra o Guaraní.
Depois, seja em um confronto dentro do próprio país ou na altitude de Quito, mesmo que a dificuldade aumente, é o Grêmio quem precisa mostrar seu poderio. O Santos, muito embora toda a tradição, vem em uma tremenda crise financeira. Não é ele que se gaba de ter as contas em dia. Pelo contrário. O Peixe, que já havia perdido Carlos Sánchez por lesão, foi obrigado a abrir mão de um talento como Soteldo, o perdendo para o futebol árabe no auge da carreira. Tudo para poder pagar seus compromissos - lembrando que Lucas Veríssimo só não foi embora também por mero detalhe. Com relação à LDU, a própria equipe gaúcha mostrou lá em 2016 que, tendo mais qualidade, é possível vencer em qualquer lugar. E vamos combinar que, em condições normais, os equatorianos não têm capacidade de, tecnicamente, superar Pepê e companhia.
Ah, e eu não me esqueci que o Grêmio não vem jogando nada, que errou feio no seu planejamento para a temporada, que contratou mal e que agora precisa correr atrás de peças em meio às competições. Mas, daí, quem tem que reverter este quadro é o próprio Tricolor, que sempre se colocou, na palavra de dirigentes, como postulante a todos os títulos de 2020. Se errou, que trate de consertar o erro, pois uma eventual eliminação antes da semifinal será, sim, um fracasso. Depois...bom, depois daí é exigir demais de qualquer clube, afinal, certamente só sobrarão gigantes.
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