Em boa fase no Vasco, Raniel lembra luta contra drogas e alcoolismo: “Bebia até cair, só parava depois de desmaiar”
Por Redação 90min
Um dos destaques do Vasco neste início de temporada, o atacante Raniel publicou uma carta contando sua história de vida no The Players’ Tribune. No relato, antes de falar sobre sua chegada ao clube carioca, ele lembra o uso de drogas na infância e como começou a beber de forma precoce.
“Com 14 anos eu comecei a beber. Depois, a me drogar. E até vender drogas eu vendi. É doído demais lembrar disso, parece que estou jogando sal numa queimadura de água-viva. Eu era só uma criança e acabei cedendo àquele mundo perigoso que me cercava”, conta o jogador, que chegou a ficar quase um ano afastado após ser pego no doping por uso de cocaína, no período em que atuava no Santa Cruz.
Raniel ainda revelou que teve uma recaída na época do Santos, quando seu filho quase morreu afogado na piscina de casa e, em seguida, ele teve uma trombose venal que quase o obrigou a amputar a perna.
“Eu me afundei”, relembra o atacante. “Bebia, bebia, bebia até cair e bebia mais um pouco deitado. Só parava depois de desmaiar. Eu queria me destruir. Eu via que a qualquer momento algo grave ia acontecer comigo. E eu desejava que acontecesse, porque aquele abismo em que eu caí depois do antidoping no Santa Cruz ficou rasinho perto desse.”
Antes de terminar a temporada de 2020 pelo Peixe, ele decidiu parar de beber e, para simbolizar o momento, fez uma tatuagem com a data a fim de se manter em abstinência.
“Eu estava decidido a nunca mais me entregar à bebida. Antes de terminar o pior ano da minha vida, eu faço a tatuagem no rosto. Para deixar marcado na pele. Para eu jamais esquecer do meu propósito.”
Leia aqui a carta completa de Raniel.