Vice doloroso: 4 fatores que explicam a derrota do Brasil na final da Copa Ouro Feminina
- Seleção Brasileira segue sem vencer os Estados Unidos desde 2014
- Canarinho começou bem a partida, mas cometeu erros preponderantes para a derrota
Por Nathália Almeida
É, ainda não foi dessa vez que a Seleção Brasileira colocou um ponto final no incômodo tabu diante de sua maior rival no continente, os Estados Unidos. Jogando em um Snapdragon Stadium lotado e bastante barulhento – todos os 30 mil ingressos colocados à disposição foram comercializados –, a Canarinho se portou bem durante o primeiro terço da decisão da Copa Ouro Feminina, mas não conseguiu manter a regularidade dentro do duelo e acabou sendo novamente batida pela USWNT, sua maior algoz: 1 a 0, gol único de Horan, selando mais uma conquista para as estadunidenses.
A seguir, o 90min apresenta os principais erros cometidos pela Seleção Brasileira na decisão da Copa Ouro Feminina, nova competição do futebol feminino que conheceu, neste domingo (10), sua primeira campeã histórica: os Estados Unidos, grande potência mundial da modalidade.
Os erros cometidos pelo Brasil na derrota para os Estados Unidos
Tomada de decisão e falta de qualidade nas finalizações
A Seleção Brasileira não criou chances em profusão, mas conseguiu construir boas oportunidades, especialmente nos primeiros 30 minutos de partida. Contudo, as finalizações pouco caprichadas e as decisões ruins na hora do "último passe" continuaram a acompanhar a equipe verde e amarela. Este, aliás, tem sido o grande problema do Brasil há um longo período, desde a "era Pia".
Excesso de lançamentos e bolas longas da defesa
Pouco criativo no meio de campo e prejudicado pela atuação discreta de suas articuladoras – especialmente Duda Santos, que fez grande Copa Ouro, mas não esteve bem na final –, o Brasil abusou dos lançamentos longos oriundos da defesa, especialmente com Thaís, e quase nenhum deles encontrou as atacantes brasileiras em boa situação. As bolas longas facilitaram demais a vida da defesa norte-americana.
Queda de concentração
O Brasil começou o primeiro tempo "mordendo" bastante, subindo a marcação e roubando muitas bolas ainda no campo de ataque. Contudo, perdeu intensidade na reta final dos 45 minutos iniciais e se desmobilizou durante alguns poucos minutos. Foi o suficiente para a USWNT construir o gol que decidiu a final: Fox recebeu com liberdade, teve todo o tempo para cruzar e achou Horan totalmente sem marcação dentro da grande área. Falha de todo o sistema defensivo brasileiro.
Afobação
Mesmo tendo 45 minutos para tentar igualar o marcador e levar a decisão para a prorrogação, o Brasil não conseguiu repetir, na etapa final, os bons primeiros 30 minutos apresentados na abertura da final. Tentando acelerar demais os passes e as jogadas, abusou dos erros – em diversos momentos do segundo tempo, a bola parecia "queimar" nos pés das brasileiras. Mentalmente, ainda falta um caminho a ser percorrido por este grupo quando o assunto é competição por taças.