5 presentes de Natal que o futebol feminino gostaria de ganhar em 2024
- Modalidade segue numa crescente global, mas ainda enfrenta desafios no Brasil
- Mais investimentos em infraestrutura e divulgação são fundamentais para evolução
Por Nathália Almeida
Modalidade que mais cresce a nível global, o futebol feminino vem evoluindo a passos lentos no Brasil. É claro que, se compararmos com a realidade que havia nos anos 90 ou até mesmo início do século XXI, percebemos que um caminho considerável já foi percorrido. No entanto, o "abismo de realidade" em relação ao futebol masculino segue muito grande, cenário que só será amenizado com investimentos sérios e constantes a longo prazo.
Pensando nisso, o 90min refletiu sobre os rumos do futebol feminino brasileiro, apontando alguns presentes que a modalidade gostaria de ganhar neste Natal de 2024 – projetando, é claro, um 2025 melhor para o esporte, seus fãs e praticantes em solo nacional.
1. Marta atuando no Brasileirão
Seis vezes melhor do mundo e maior jogadora de todos os tempos na modalidade, Marta segue atuando em alto nível aos 38 anos de idade e faz parte dos planos futuros do Orlando City, seu atual clube. Isso significa que uma volta da Rainha ao futebol brasileiro neste momento é improvável, mas não impossível: tê-la disputando o Brasileirão 2025 certamente alavancaria os níveis de audiência e consumo da competição.
2. Mais investimento em categorias de base
Falar de futebol sem falar de categorias de base é impossível: tudo começa ali, nos primeiros anos de vida do(a) atleta, momento de aprendizagem dos fundamentos mais básicos do jogo. No Brasil, essa estrutura tão "comum" que é a base se torna uma espécie de "item raro" quando estamos falando de futebol feminino: poucos clubes investem ou tem categorias inferiores ativas na modalidade, o que ajuda a explicar a falta de torneios oficiais para essas meninas disputarem no calendário nacional.
3. Melhor comunicação + divulgação = mais público
Estamos na era digital, certo? Era das redes sociais, da velocidade da informação... Comunicação rápida e efetiva, portanto, é uma das chaves para o sucesso em praticamente todas as áreas de atuação. Infelizmente, as instituições que cercam o futebol feminino brasileiro ainda engatinham neste aspecto, mostrando muitas dificuldades em dialogar com um público que tem interesse em consumir a modalidade, mas por vezes esbarra na falta de informações. O Corinthians vai na contramão disso, já tendo criado uma linguagem e uma comunidade muito forte em seu FF. Por isso, sempre que vemos recordes de público na modalidade, o Timão está envolvido.
4. Mais partidas em horário nobre!
Se há um consenso de que partidas sendo disputadas às 11h ou 12h são verdadeiramente desumanas (no aspecto fisiológico) para atletas, porque ainda nos depararmos com tantos jogos neste horário em competições oficiais do calendário do futebol feminino brasileiro? Para um futebol de alto nível em intensidade e competitividade, as jogadoras precisam não apenas de bons gramados e acesso à boa infraestrutura, mas também que seus compromissos aconteçam em cenários aceitáveis.
5. Mais referências do FF trabalhando pela modalidade
Aline Pellegrino, uma das grandes do futebol feminino brasileiro em seu tempo como atleta, vem fazendo a diferença positivamente também como gestora. Seu tempo atuando na Federação Paulista de Futebol foi marcado por avanços visíveis na modalidade no Estado de São Paulo, e agora com sua presença na CBF, mudanças estruturais a nível nacional começam a ser implementadas, com destaque para a ampliação do calendário de torneios. Precisamos, no entanto, de mais exemplos como Aline e de mais "portas abertas" nas federações para mulheres com vivência no FF.