Sá Pinto critica Benítez e Leandro Castán ao relembrar passagem pelo Vasco em 2020
- Técnico português treinou o Gigante da Colina em 2020
- Comandante cita dificuldades no clube, incluindo parte financeira
Por Aniele Lacerda

A passagem de Sá Pinto não deixou boas lembranças para a torcida do Vasco da Gama, mas o treinador português explicou o motivo do trabalho não render o esperado. O profissional assumiu o Gigante da Colina em outubro de 2020, com a missão de salvar o time do rebaixamento no Brasileirão Série A, e saiu após 15 jogos, em dezembro do mesmo ano. Na ocasião, o Cruzmaltino caiu para a segunda divisão.
Durante entrevista exclusiva ao Expresso 1923, o português deu detalhes sobre a situação interna do Vasco no período que comandou a equipe. Além disso, criticou jogadores como Benítez, que atualmente veste a camisa do América-MG, e Leandro Castán, que já se aposentou dos gramados. Segundo Sá Pinto, o meia não respeitava sua função dentro de campo, e usou o termo 'vagabundo', que em Portugal utilizam para explicar o atleta que fica por todo lado e desobedece a tática. Já sobre o defensor, o profissional utilizou a frase: 'Já estava morto'.
"O Benítez era um jogador trabalhador, mas era anarquista. Realmente tinha alguma qualidade, mas vagabundo, andava por todo o lado, não respeitava posição e andava muito lesionado. Dentro do campo estava pela esquerda, pela direita, gostava de ter a bola. 'Vagabundo' aqui em Portugal é por gostar de estar em todo o lado, de ter a bola, mas faltava-lhe aquele último terço, estar na cara do gol."
- Sá Pinto
Esquema com três zagueiros e mágoa com Castan
Sá Pinto justificou o motivo de usar a formação com três zagueiros no Vasco, uma das críticas de Leandro Castán logo após a passagem do português. Na ocasião, o atleta afirmou que o grupo nunca compreendeu esse sistema. Assim, na entrevista ao Expresso 1923, o técnico explicou que na época da pandemia do Covid-19 não tinha a possibilidade de repetir a mesma escalação. Além disso, a linha de cinco servia principalmente para encaixar o ex-jogador, que já "estava morto" e não atuaria com ele em uma linha de quatro.
"Eu ia para um jogo, e depois não tinha o mesmo time. Foi sempre muito difícil com o Covid repetir o time. Se repetiu uma vez, foi muito. É preciso continuidade para competir. Esse foi o esquema que encontrei para jogar o Léo Matos, o Netinho, o Castán, porque na linha de quatro não ia jogar, já estava morto. Estava morto."
- Sá Pinto
Problemas financeiros
O português ainda aproveitou a entrevista para explicar os motivos de não conseguir fazer um bom trabalho à frente do Vasco. Com um aproveitamento de apenas 33,3%, o profissional destacou que "não era um milagreiro". Além disso, citou a parte financeira e a pandemia como fatores determinantes para o baixo desempenho do time. Sobre dinheiro, o profissional revelou situações de faltar recursos para pintar o campo do CT e até alguns jovens que não conseguiam comprar comida.
" Eu não tinha dinheiro para pintar o campo do CT. Nem para tomar um pequeno almoço. Havia garotos sem dinheiro para comer. Eu não recebi nenhum salário em quatro ou cinco meses."
- Sá Pinto
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